Happy Working Movie

O ano passado, quando este filme estava para estrear, ao ver o belo do trailer e das imagens que iam saindo, desenvolvi uma visão algo preconceituosa contra o filme. Pareceu-me na altura que era - e desculpem-me a expressão - mais um filme da treta para crianças, sem qualquer tipo de interesse a não ser os bonecos e as personagens exageradas.



O tempo passou e numa longa viagem de avião tive oportunidade de "perder" tempo a vê-lo. Fiquei agradavelmente surpreendida! Afinal não era nada daquilo que pensava! O filme é o "Enchanted", protagonizado por Amy Adams e Patrick Dempsey.

"Enchanted" é um conto de fadas um pouco diferente dos já vistos, que conta a história de Giselle (Amy Adams), uma jovem pretendente a princesa, alegre, sempre bem-disposta e em grande harmonia com a Natureza, que encontra finalmente o seu Príncipe Encantado, o Príncipe Edward (James Marsden), que logo se apaixona e a pede em casamento. No entanto, nem tudo são rosas e a madrasta deste perfeito príncipe, a Rainha Narissa (Susan Sarandon), que devido a este acontecimento corre o risco de perder o trono do Reino de Andalasia, toma então a decisão de se livrar da jovem e envia-a para o único sítio onde não há finais felizes - o mundo real. Giselle cai no meio de Nova Iorque, onde após procurar sem sucesso o seu príncipe e a sua terra, cai no colo de Robert Phillip (Patrick Dempsey), cujo o mundo e o da filha vai mudar para sempre com o seu entusiasmo, a sua música e espontaniedade.

Não é um filme animado, mas sim um belo musical, que brinca com montes de clichés dos contos de fadas tão bem universalizados por Walt Disney. (esta frase não me está a soar muito bem...) A prestação de Amy Adams é tão boa! Adorei a personagem que ela criou, sempre a ver o mundo cor-de-rosa, a imaginar o lado bom de tudo e a ver sempre finais felizes num meio onde isso é tudo tão raro e sem parecer uma louca. O filme tem momentos musicais deliciosos, tais como as canções "Happy Working Song" e "That's How You Know", ambos interpretados e protagonizados por Amy Adams na perfeição e sempre tão bem enquadrados na realidade que os rodeia - não são momentos isolados que caem do nada, como acontecia por exemplo em "Chicago".



(desculpem a legendagem para karaoke :), mas este clip tinha a melhor qualidade)

Lembro-me, mais no início do ano, de pensar, ao ver a cerimónia dos Óscares, que aquelas nomeações para a melhor música, eram um exagero. E continuo a achar! Será que não havia mais filmes com boas canções. A música "So Close" podia ser completamente descartada e não percebi porque é que na cerimónia Amy Adams só interpretou uma das canções ("Happy Working Song") que canta no filme e completamente só no palco, enquanto a outra ("That's How You Know") é interpretada por uma outra actriz, Kristin Chenoweth, que não gostei tanto - para mim tinha mais lógica ser a actriz original e acho que a performance seria melhor (no entanto, já li por aí que a Amy Adams não quis cantar as duas canções). Entretanto vi que esta actriz entra num série que acho muito engraçada: "Pushing Daisies" (Fica aqui a sugestão, se estiverem interessados).

Foi com este filme que comecei a tomar atenção a esta actriz, mas verifiquei que foi já nomeada para o Óscar por "Junebug" (além de várias outras nomeações para Spirit Awards, Golden Globes, etc.) e realmente lembro-me deste filme independente ser a sensação no seu ano. Entretanto, ela já entrou noutros filmes, que ainda não tive oportunidade de ver, como "Charlie Wilson's War" e também teve um pequeno papel no filme de Spielberg "Catch Me if You Can", mas confesso, não me ficou na memória...




Isto é muita conversa sobre Amy Adams, mas acho que posso afirmar que o filme é quase todo dela, portanto a conversa é justificada. No entanto temos outras prestações muito boas. Patrick Dempsey está bem como sempre, o que também não é assim tão bom - está um bocado a fazer o papel que já está habituado a fazer (esperava-se talvez um pouco mais). Timothy Spall entra como o fiel servo da vilã da história e claro, sem qualquer nódoa a apontar. Susan Sarandon faz uma bela interpretação de uma "má" personagem - parece que fazer de mau é sempre bom. É um papel pequeno, mas que fica na memória. A minha surpresa foi mesmo James Marsden, o Príncipe Edward. É um actor geralmente maldito, mas penso que se redime neste papel. Faz a típica personagem do Príncipe Encantado que não tem outro propósito que o de encontrar a sua princesa, casar com ela para viverem felizes para sempre! E claro, sempre ao som de uma boa melodia.

A banda sonora é mais uma vez da autoria de Alan Menken, o tão conhecido compositor de bandas sonoras como "The Little Mermaid", "Beauty and the Beast" ou "Alladin". Logo, não é de estranhar que tais canções fiquem no ouvido - temos um mestre a trabalhar neste filme.

No entanto, se não aceitas a mistura entre o impossível e a realidade, este não é o filme para ti.

Como nota final, há que falar do realizador, Kevin Lima. Tem uma lista pequena de trabalhos como realizador na qual se destaca "Tarzan". É neto de dois portugueses, daí o sobrenome Lima.

24 setembro 2008

6 Comments:

Vegana da Serra said...

Eu adorei esse filme ;)

Nia said...

Está na minha lista de filmes a ver ;)

Loot said...

Ainda não vi o filme ams na altura também fiquei a pensar no que se passou para ter três nomeações na melhor canção. Quando a banda sonora do "Into the wild" é deixada de lado.

Tenho de ver depois de ler o teu texto fiquei com mais vontade :)

Jubylee said...

Pois é pá! Tenho de ver esse filme! Toda a gente que viu esse filme só me disse maravilhas! :)

Anónimo said...

Uma História de Encantar caiu-me no goto... Gostei bastante do filme. E a Amy Adams ficou-me aqui no beicinho... :)

Roberto Simões said...

Sim... é um filme delicioso...

Roberto F. A. Simões
CINEROAD